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CARTA AO SENHOR PRESIDENTE E COMUNIDADE DO INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO, DA UNIVERSIDADE DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

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  Caro professor Agostinho (Salvador) Esta carta faz parte do relatório de atividades da missão internacional de estudos que realizei no Instituto Superior de Educação e Comunicação, da Universidade de São Tomé e Príncipe, entre os dias 20 a 31 de outubro de 2025. O espaço para uma carta compunha o modelo de relatório a ser encaminhado para a Assessoria de Relações Internacionais, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, que financiou a referida missão, através do edital 215/2025. Nesta carta, que me cabe escrever em primeira pessoa, deixarei registradas algumas impressões acerca de experiências vivenciadas durante minha imersão em São Tomé e Príncipe, mais precisamente no ISEC/USTP e suas extensões. Devo dizer que venho experimentando cartas como gênero literário e método de pesquisa acadêmica há alguns anos, e o desafio que elas sempre me trazem é a ponderação, um tanto quanto intuitiva mas também racional, dos limites entre a subjetividade e a obje...

UM RELATO DE SORORIDADE NO DIA DAS POETAS

Gostaria de relatar mais um caso de sororidade do que de assédio. Participo de cinco grupos de literatura pelo whatsapp, apenas cinco, os quais considerava bem selecionados. Sendo quatro exclusivos de escritoras, e um heterogêneo, denominado Grupo de Escritores Conquistenses, do sertão baiano, de onde venho. Fui convidada por uma das escritoras desses grupos exclusivos, a colaborar com uma coletânea que está sendo organizada pelo Dia dos Finados. Assim, compartilhei com ela e demais grupos, no exercício democrático da literatura a que nos propomos, um texto denominado Carta para a Madame Silenciosa, que escrevi há 10 anos atrás, na qual elaborava meus lutos pelo encantamento de pessoas que me constituíram. Compartilhei também um áudio em que leio a carta sussurrada, de forma quase silenciosa, e não eloquentemente, seguindo os tons da performance artística Poemas e Sussurros, que desempenhava na mesma época. Então, um dos escritores desse único grupo heterogêneo que ainda esperançava pa...

SOBREVOAR

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Não escrevo poemas de amor Nem mesmo cartas aplacam minha dor caí de cima  de um sonho  muito alto por ver as flores que brotam no asfalto mas o tempo serenou meu coração aprendi  a dizer sim a dizer não que o salto não precisa  ser fatal sobrevoar pra muito além  do bem e do mal                              Morgana Poiesis, 2025.

REFLEXO

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não te assustes se incorporo  a lua crescente se de poesia viro mulher tão de repente com a sede de quem atravessou desertos bebendo em fontes de saberes mais incertos trilhando rumos  entre sonhos descobertos também o sol de tão longínqua vi mais perto Morgana Poiesis, 2025

CARTA PARA UMA OUTRA MULHER

É com grande satisfação que atendo ao seu chamado, a despeito daquela carta que você me escreveu, das intermitências de um Vale. Compreendo sua postura e escuto as outras vozes que te habitam. Não tenha dúvida de que meu silêncio foi um tipo de resposta às suas palavras e, por ironia, uma troca de lugares. Não almejaria ser o Sol do seu sistema criativo, nem esperei que se voltasse para mim com os olhares de uma deusa apaixonada pela própria criatura. Sabemos que precisamos uma da outra para compartilharmos as nossas questões, desde as mais específicas até as mais diversas. Os tormentos que te trazem me levam a romper com os limites do silêncio. O que tenho para te dizer é aquilo que, há muito, você já percebeu em suas experiências, cuja consciência se ampliara no encontro com as reflexões de outras escritoras que me antecederam. Pois bem. Saiba que você não precisa corresponder às expectativas daqueles que perverteram sua liberdade. Que não deve permitir, em nome dela, ne...

IV CARTA A LA ABUELA

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  Vó, então… vovô partiu… e fico me perguntando se ele foi ao seu encontro , a quem tanto chamava em seu leito de morte-vida-morte… Será que, no final de tudo, viramos constelações? Desejo que descansem em paz, o que nunca tivemos aqui na Terra. Como de nada sabemos, e eu ainda em pouco acredito, só nos resta mesmo aceitar. Até porque duas vidas tão bem vividas, o que mais merecem é ser descansadas. Nos resta também conduzir nosso legado com sabedoria , o que me parece improvável. Vó, naquele domingo despertei às 4h da madrugada, o horário dos espíritos, dizem os religiosos, o horário dos deprimidos, dizem os cientistas. Para mim é o horário de acordar junto com os pássaros. Chovia e saí fugindo dos fantasmas da noite. Mas o tempo não me deixou seguir adiante, voltei para casa, resfriada e sem o celular, que de tão molhado quanto eu, ficou afogado dentro do arroz, uma técnica infalível. No dia seguinte tive notícias do mundo e soube de tudo....

Somos Naturaleza

Catálogo da mostra Somos Naturaleza, no Festival en mi balcón, produzido pela artista e pesquisadora Anita Araújo, em Buenos Aires, Argentina, 2021. https://somosnaturaleza.my.canva.site/