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Mostrando postagens de agosto, 2023

CARTA DE UMA MULHER ELEFANTA

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  Zé, o melhor desta carta que te respondemos, é poder assiná-la como Mulher Elefanta, para quem você escreveu, um devir-animal-em-nós. Lembramos (com nossas memórias de elefantas) daquelas breves palavras que trocamos, em despedida, quando você disse que chegara depois mas captara a performance que havíamos feito, através dos vestígios. Tão logo fomos surpreendidas com a sua carta. Aquela foi a última performance que desempenhamos como artística, antes de deixar a capital de Goiás. Era preciso abandonar o peso da memória que carregamos no corpo, deixar apenas os rastros da nossa passagem. Tudo mais seriam acessórios, bagagens desnecessárias. Gostaríamos de poder voar, fluir ou queimar de uma vez por todas, mas havia um excesso de terra, onde os territórios definem as paisagens, e todos cobram os seus tributos de sangue . Poderíamos dizer que, por fim, voltaremos ao pó, e então um silêncio absoluto. Mas retomemos à performance, propriamente dita, embora ela queira nos