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CARTAS PARA UMA TRANSPOETISA*

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I Você não sabe o conforto que tem sido a sua literatura, nesse cotidiano que pesava em nossos olhos, nessa presença em uma paisagem pretérita, atualizada por novos encontros. Que bom conjugar os verbos em um novo tempo, em que as coisas acontecem aqui e agora, ainda que por nós confabuladas. É o que temos feito. Somos gratas pela concretude compartilhada dos nossos anseios, questões, afetos e imaginários. As imagens não se delineiam com a precisão das palavras, embora não queiramos reproduzir o equívoco de mais um hiato, que assim seja, pois, corpo-palavra-imagem. Lemos a sua carta diversas vezes, ela repousava em nossa cabeceira, por entre as rosas que João (Guimarães Rosa) desabrochava, antes mesmo da primavera, aos pólens de uma literatura menor e suas grandes veredas. Foi preciso uma pausa antes do café, enquanto o cuscuz denunciava a nossa identidade desde o início corrompida, foi preciso uma alteração incômoda e repetitiva dos hormônios, foi preciso ser assunto em um bot