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Mostrando postagens de julho, 2020

POESIA DE SEGUNDA

se a tristeza não tocasse samba para chorar de alegria e cantar o bonde perdido os romances ilícitos os passos imóveis as indecisões o lamento da segunda que vêm sempre depois do domingo pontual mensageira dos ofícios do dia a dia memorandos e circulares se não fosse a malandragem de ontem e da semana que vem se não fosse o presente os amigos de sempre as tardes de licor e cinema as mulheres pichadas na parede as noites na praça o acarajé se não fossem as histórias contadas as de todo mundo as de cada um se não fosse o I Ching a cômoda de madeira a visita da mãe seríamos apenas os bondes perdidos os romances ilícitos os passos imóveis as indecisões e não haveria Poesia de Segunda Morgana Poiesis, Bahia, 2013

MARIE CURIE

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MARIE CURIE durante a nossa educação nas escolas, faculdades escutamos grandes nomes das ciências e das artes todos eles eram homens patenteando as suas partes eis que vieram à tona outras notificações de mulheres nas ciências filosofias e ficções também nas tecnologias entre outras invenções Marie Curie foi uma delas cientista polonesa que ganhou Nobel duas vezes prêmio de maior grandeza na Física e na Química reconhecida a sua proeza de descobrir polônio e rádio ao se radicar francesa assim entrou pra história da ciência, uma irmandade pelo mérito, Marie Curie a mãe da radioatividade das técnicas e linguagens vamos nos apropriar afirmando identidades demarcando outro lugar nas ciências e nas artes vamos descolonizar!   Morgana Poiesis, 2020

CANTE TROVÃO

Calado, Os trovões cantam anunciando a notas de uma primavera que renasce a cada ciclo. No sertão, chover é razão de emoção, um acalanto no coração. Dançar olhando no escuro, onde somos vistas mais perto do céu riscado por estrelas cadentes, sob o pálido silêncio da lua. As cigarras tocam o suspense das nuvens condensadas, numa suspensão pelo sim e pelo não. Que nos en-cantem todos os trovões celebrando as flores do bem que do mal está além. Namastê, saravá e amém! Morgana Po iesis Pirenópolis-GO, primavera de 2017. Bilhete escrito para o amigo   Ronaldo Ros , em função da sua faixa Cante Trovão, entre outras trilhas experimentais que fez para as minhas performances. link para faixa:  https://soundcloud.com/ronaldoros/cante-trovao-ronaldo-ros?fbclid=IwAR3w1OVuGbhw7rPU7SoflHmkpGxwstjMUbrLTEh5LzhmWoc5qTSXRLBGgzE

PARADOXOS NORDESTINOS

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PARADOXOS NORDESTINOS pra quem não sabe o Nordeste é um conceito bem recente pois o nosso vasto país foi dividido antigamente em norte-sul, de tal maneira que o Nordeste simplesmente não existia com esse nome era um nome diferente a colônia de Portugal foi dividida brutalmente administrativo, cultural e também politicamente pra atender à corte Inglesa era uma metrópole dependente o Nordeste foi povoado primeiro no litoral em Olinda e Salvador que tinham estrutura pra tal seus massapês, zona da mata e a expansão populacional depois andou rumo ao sertão fez-se o fato regional proclamou-se a república continuaram-se as divisões políticas, territoriais econômicas e sociais e o Nordeste extenso e rico foi explorado mais e mais pela indústria do Sudeste que queria seus minerais na grandeza de suas terras plantaram canaviais as riquezas de seu povo iam pra grupos nacionais e depois de JK também, internacionais tinha feijão

A FEIRINHA DO BAIRRO BRASIL

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A FEIRINHA DO BAIRRO BRASIL das feirinhas de Conquista tem uma em especial cuja história vou contar do começo ao final desde a década de 50 até o momento atual lá no Bairro Brasil onde não tinha comércio comprar era tão difícil que eles deram então um jeito de fazer uma feirinha para o povo comprar perto o feijão, carne, farinha alface, tomate e coentro foi em 12 de agosto o domingo inaugural no ano de 56 e a festa foi geral pois quem antes ia ao centro fazer feira, afinal ficou por ali mesmo na quitanda do quintal e a feira aumentava lá tinha prosa, tinha rabada tinha produtos mais baratos tinha cerveja bem gelada tudo que ainda tem hoje quem quiser, vai dar uma olhada aos domingos os feirantes iam vender o que fartava dos produtos da semana do Alto Maron e do Ceasa e também da Patagônia outras feiras que integravam as feirinhas da cidade eram quatro, minha comadre a feirinha é muito antiga pois

SUB-REPENTE

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SUB-REPENTE do planalto da Bahia surge uma sub-poesia vai botando o seu bedelho quase que meio sem jeito pois os versos, já sabemos, não agradam qualquer pleito quanto mais versos ousados oh! malditos versos feitos! ao se falar de um direito o de se comunicar as ideias exprimir pôr a mente pra pensar pôr o corpo pra fazer os dois juntos, misturar verso-prosa, não importa vamos desorganizar a não ser que se pretenda copiar certos valores tec-tecno-burocratas vigilantes-infratores mas ouviu-se do outro lado: – sois artistas, meus senhores! e pra além deste discurso mais-que-meta-discursivo que já deu em confusão nos mais diversos doutos ciclos vai entrando em corpo lento preenchendo os interstícios o repente, o intruso só pra quem sabe o que pensa vai quebrando o protocolo vai falando sem licença sobre os tais gritos heroicos das imerso-convivências há de se saber viver no limite da existência dos afetos transv