BREVÍSSIMA TEORIA PARA UM MOVIMENTO DAS ÁGUAS
(...) entre o doce e o salgado, a diferença é de movimento: os mares
rompem fronteiras, lançados ao desconhecido do lado de lá, ao
infinito aparente. Yemanjá é generosa e abraça o mundo. Os rios
nutrem os territórios, o fluxo de suas entranhas, oásis dos
sertões. Oxum é caprichosa e envolve os seus ou, na encruzilhada
das línguas, ela é custosa.
II
O d o y á, Yemanjá, rainha do mar! Faz fluir as memórias dessa
Terra árida com seu canto Salgado, sob os olhares mudos de
Sebastião! O r a y ê yê ô, Oxum, deusa do rio! Faz brotar com sua
dança doce a flor amarela que gira e que gira em busca de Sol ... g
i r a s s o l ! Água que leva e que lava a mágoa da alma de quem
tem fé no Senhor do Bonfim! Água que chove e que chora o sangue
dos homens que matam e morrem, dos homens que não sabem amar. Água
que cura a fúria das feras feridas, nascidas, criadas, fugidas do
ferro e do fogo, dos riscos, ariscos e Coriscos... dos sertões!
Morgana Poiesis
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