TRAGAR-TE

 

 



 
não tenha ciúmes das flores, meu bem
elas trazem perfume à nossa alcova
são rosas
não indague do meu desejo
me apalpe
e se te parece impossível o meu sono
me embale
e se goza
suspire
pois ouço ainda o som do violino
vermelho
e te escrevo
como um beijar-te as faces marcadas
linha por linha se desfazendo
ou, se prefere,
um querer-te pleno à lua branca
um derreter-te entre lábios famintos
um queimar-te em flamas violentas
um tragar-te.
 
 
Imagens do filme O Violino Vermelho, François Girard, 1998.


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