INFINITAS AURORAS

 

na eternidade contida em cada instante

tardes que embalam tardes

limiares efêmeros de felicidade

só pra quem entendeu a alegria

conta-gotas de poesia

força que nasce trêmula

enrijecidas entranhas

esquece-te as rimas

faze do próprio calor o teu berço

do próprio colo a tua entrega

desnuda-te menos

e voa

por onde tantas vezes plainaste

infinitas auroras

liberdades outroras

mas no gene injetaram-te memória

antigas páginas de história

que te acompanham

caminhas em silêncio brando

e não grites

não ensurdeças teus próximos

a quem olhas

sê ciente em tua loucura

não te embriagues tanto

não delires

não transbordes do cálice

veneno sagrado

confiaram-te a fórmula

mas não contaram-te o segredo

tapa teus ouvidos

e não ouças tais vozes

ignore-as

faze do que vês

solitárias estrelas

constelações imaginárias

mundos afora

nos quais transitas

mas não moras

sequer tens pátria

anjo profano

pecas

habitas o mundo

andas descalço

singulares veredas

e corre porque queres correr

e voa porque queres voar

mas aprende a suavidade do pouso

abdica da voracidade do voo

da sede de partir

afundar-te em densos mergulhos

sobrevoar infinitos

perder-te

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